Como ser feliz o tempo todo

Aonde encontrar aquele “algo mais” que todos procuram? a plena satisfação? Como encontrar a felicidade em tudo e todos?

Este artigo oferece dicas simples, mas profundas, para você ser feliz em todas as circunstâncias.

Se você transformar positivamente o seu estado de consciência, as portas da percepção se abrirão para você! E certamente você conseguirá ser feliz o tempo inteiro.

Então você pensa: “Mas isso é impossível, sempre tem algo para me decepcionar! Como posso ser feliz o tempo todo?”

Então o Universo te responde: “Que assim seja!”

Tudo o que você realmente afirma, sente, acredita como verdade, você acaba manifestando em sua realidade, e isso já foi comprovado pela física quântica.

O universo é pura energia vibrando, quanto mais vibramos na energia do Amor e da Felicidade, mais situações que nos façam feliz e plenos de amor em nossos corações atrairemos. É bem simples, não acha?

Então você deve estar se perguntando: “Sim, é bem simples! Mas eu já fiz isso e não deu certo, por quê?”

Podemos dizer que você tomou a iniciativa de mudar, mas lá no fundo de sua alma você não acreditou nessa mudança, e o seu subconsciente te jogou no loop da negatividade mais uma vez.

No pensamento positivo não existe espaço para dúvidas, podemos enganar as pessoas ao nosso redor, mas não podemos enganar a nós mesmos, nem a Inteligência Divina existente no universo. Atraímos sempre o que vibramos, isso é fato.

Quando você entende isso, a sua percepção de realidade começa a mudar, bem como as experiências de sua vida vão se alinhando com os sentimentos que você está emitindo.

A Felicidade é a base do sucesso em qualquer aspecto da nossa vida.

“A felicidade depende, até certo ponto, de condições externas, mas, principalmente, das nossas atitudes mentais […] Em essência, as condições não são nem boas nem más; são sempre neutras, parecendo ser depressivas ou animadoras por causa da atitude mental triste ou alegre do indivíduo que as considera”. – Paramahansa Yogananda (2008, p. 115).

A BUSCA PELA FELICIDADE NO LUGAR ERRADO

A Felicidade não é algo que você possa alcançar somente no mundo externo, a felicidade é um estado mental. Tentar buscar a felicidade fora de nós mesmos é mesma coisa de tentar agarrar uma nuvem.

Muitas pessoas colocam a sua “felicidade” dependente de algo ou alguém, jamais faça isso! É muito perigoso, pois ao mero deslize de fatores externos você cairá em tristeza, e isso abala o seu bem-estar físico, mental e espiritual, não se deixe abalar por situações externas, a sua felicidade é muito valiosa para depender de fatores externos.

A felicidade também não se compra, o poder temporal e o dinheiro não são um estado mental. Certamente você sabe disso! Quantas pessoas já alcançaram de tudo na vida material, porém ainda continuam infelizes, ou buscando melhorar, ou buscando “algo mais”, e a satisfação nunca vem.

Ninguém aqui está falando que o dinheiro é algo ruim e que não traz felicidade, com certeza traz felicidade sim, podemos fazer coisas maravilhosas com a energia do dinheiro, pois somos todos merecedores de prosperidade ilimitada, somos feitos à imagem Divina, o que realmente faz a diferença nesse quesito é o estado de consciência que você lida com essa energia.

A felicidade nunca será encontrada fora do seu Eu. Precisamos nos internalizar e encontrar a alegria sempre nova dentro de nós mesmos.

“Mude seus pensamentos, se desejar mudar as circunstâncias da sua vida. Uma vez que é o único responsável por seus pensamentos, somente você poderá muda-los. Você vai querer fazê-lo quando compreender que cada pensamento cria as coisas de acordo com a sua própria natureza. Lembre-se de que essa lei atua sempre, e que o que você exibe está sempre de acordo com a espécie de pensamentos que tem habitualmente. Portanto, comece agora a ter apenas os pensamentos que lhe trarão saúde e felicidade.” – Paramahansa Yogananda (2008, p. 116).

A FELICIDADE É UMA ESCOLHA

Se você teima em afirmar que a sua vida é cansativa e decepcionante, nada no universo poderá mudar isso, porém, quando você começa a acreditar que tudo à sua volta é um mar de rosas, se prepare, pois rios de bênçãos cairão sobre você.

O padrão do pensamento negativo muitas vezes pode estar enraizado no seu subconsciente desde criança e você sequer se dá conta disso. A forma que uma pessoa pensa, depende de uma gama de fatores e uma delas são as influências externas, como por ex: família, amigos, programações de tv, músicas, etc.

Todas as informações que crescemos acreditando não brotaram de nossa própria conclusão, mas de conclusões dos fatores ao nosso redor e nem sempre isso é positivo.

Uma expressão extremamente limitante que eu cresci ouvindo e acreditei por um bom tempo foi que “Não dá pra ser feliz o tempo todo”.

Hahaha! Hoje eu dou risada disso, pois sei que é uma limitação mental que me foi imposta por crenças externas, quando me dei conta disso, despertei e me libertei e mudei a forma como eu enxergava a realidade, e de fato, tudo mudou e vem mudando mais e mais todos os dias de forma positiva.

Hoje acredito extremamente nos poderes do Amor e da Felicidade como modeladores para uma vida harmoniosa.

Liberte a sua mente da sua própria prisão interior, permita-se acreditar em uma vida bela, feliz, cheia de prosperidade, saúde, amor e tudo que há de bom.

Basta você realmente acreditar. Sei que no início pode não ser fácil, mas quando você conseguir reprogramar a sua mente para o lado positivo, você perceberá as mudanças ocorrerem. Vale o esforço!!

Um ótimo conselho para desenvolver o sentimento da felicidade o tempo inteiro é começar a prática da meditação, pois ao mergulhar dentro de você mesmo, você encontrará a maior das felicidades, o reflexo Divino em seu interior.

A meditação diária nos equilibra na esfera física, mental e espiritual. Esta maravilhosa prática nos leva a encontrar o nosso paraíso portátil interior e externalizá-lo.

O mundo externo é um reflexo do mundo interno. Quando entramos em sintonia com a nossa paz interior, a nossa realidade se alinha à mesma sintonia.

“Muitas vezes, ficamos sofrendo sem fazer um esforço para mudar. É por isso que não encontramos paz e contentamento duradouros. Se perseverássemos, certamente seríamos capazes de superar todas as dificuldades. Precisamos nos esforçar para passar da infelicidade à felicidade, do desânimo à coragem.” – Paramahansa Yogananda (2008, p. 117)

EVITE OS LADRÕES DA FELICIDADE

Se você está buscando a alegria duradoura, evite a influência dos maus hábitos, pois cedo ou tarde, essas más ações acabam por gerar infelicidades.

Muitos se permitem ser escravizados pelos próprios hábitos.

O pensamento negativo é uma ignorância mental, pensar e agir negativamente somente atrairá mais do mesmo. E é isso o que você quer? Claramente que não, ninguém quer isso!

Evite reclamar, julgar, fofocar, mentir. Quando você se concentra no lado mau das coisas, acaba perdendo de vista o lado bom, e isso é mais fácil do que você imagina. Muitos agem de forma negativa com extrema naturalidade. O importante é estar vigilante!
Esteja alerta! Não deixe que seus pensamentos e hábitos te controlem, tome as rédeas da situação e controle você as suas ações e formas de pensar, entenda, você é a alma observadora por traz da mente e corpo carnal.

Por quê reclamar da vida, quando existe tanta beleza para se apreciar? Vivemos em um mundo de dualidade, tudo o que você percebe tem um lado positivo e um negativo.

Lhe sugiro um desafio: Ficar um dia inteiro sem reclamar de absolutamente nada da vida e apenas agradecer por tudo.

Ao fim do dia, você perceberá que estará se sentindo bem melhor. Se você praticar isso todos os dias, verá o maravilhoso poder universal conspirar a seu favor.

A gratidão é a chave que abre as portas da felicidade. Alinhe-se com essa energia.

“Você afirma a tristeza o tempo todo; portanto, ela existe. Negue-a em sua mente, e ela não existirá mais. Afirmar o Eu desse modo é o que chamo de herói no homem. É isso que constitui a sua natureza essencial ou divina. A fim de ficar livre da tristeza, o homem tem de afirmar seu eu heroico em todas as suas atividades diárias.” – Paramahansa Yogananda (2008, p. 116).


O SEGREDO É A SIMPLICIDADE

Muitos ligam a simplicidade à miséria, mas essa expressão nada tem a ver com escassez.

Simplicidade é viver uma vida equilibrada, moderando os extremos da vida. Esse é o segredo da felicidade interior.

Nós, seres humanos, somos felizes de nascença, a nossa natureza é o amor, apenas esquecemos isso as vezes, muitos ainda não se recordaram desse fato, por isso vivem uma vida de infelicidades constantes.

A simplicidade consiste em esforçar-se ao máximo em reduzir necessidades e desejos, pois estes não têm fim, nunca terão, a menos que busque a plena satisfação em seu interior. Seja tão feliz internamente que nada possa te abalar externamente.

Procure a felicidade em sua alma, interiorize-se, medite, marque um encontro consigo mesmo e deixe que o seu Eu te conduza ao seu estado mais elevado, de encontro ao Divino.

COMPARTILHE A SUA FELICIDADE COM O PRÓXIMO

Quando abandonamos os nossos desejos egoístas e passamos a fazer os outros felizes, estamos indo de encontro à verdadeira felicidade.

Quando ajudamos o próximo, estamos ajudando a nós mesmos, pois no final viemos todos da mesma Fonte Divina, Deus é a divina consciência que se manifesta em muitos, criando a ilusão da separação, quando nos damos conta disso, percebemos que sempre fomos todos um, brincando de vários.

Proporcionar felicidade aos nossos semelhantes é uma ação extremamente gratificante. Quão feliz você será! não há nada no mundo que pague um coração agradecido por uma boa ação.

Ao ajudar o próximo, você perceberá que o universo se encarregará de suprir as suas próprias necessidades. Que maravilhoso, não é? Essa é a Lei do Retorno.

“Viver só para si mesmo é a origem de todo sofrimento.” – Paramahansa Yogananda (2008, p. 127)

LIBERDADE E ALEGRIA INTERIORES

Você é uma poderosa fonte de Luz e foi criado à imagem de Deus, desperte do sonho da infelicidade e perceba que você pode criar uma realidade cheia de milagres.

A verdadeira felicidade reside em seu interior, desenvolver a calma em todas as situações da vida é muito importante, quanto mais você fizer isso, mais elevará a sua vibração e conseguirá lidar com suas emoções e fatos externos de uma forma mais fácil e leve.

Assim como em um pesadelo, quando estamos dormindo, ficamos desesperados, mas quando acordamos percebemos que está tudo bem, a mesma coisa é com a felicidade, quando descobrimos que podemos criar uma vida linda, acordamos da ilusão do pesadelo de uma vida desafortunada.

O equilíbrio é a chave, não fique eufórico nem deprimido com as situações que acontecerem em sua vida, contemple o espetáculo cósmico com a mente tranquila, pois os altos e baixos da vida não passam de ondas marinhas em um fluxo constante, basta que você não se envolva emocionalmente com ela, mas permaneça calmo e feliz no seu templo de paz interior.

Enquanto o conquistador que existe no homem estiver desperto, nenhuma tristeza poderá projetar sua sombra no limiar de seu coração. (…) Desperte o homem vitorioso em você mesmo. Levante o herói adormecido, e – eis aí! – nenhuma tristeza jamais o oprimirá novamente” – Paramahansa Yogananda (2008, p. 118).

JAMAIS PERCA A ESPERANÇA

Por mais que você pense que a sua vida é difícil, pense como você mesmo pode ajudar a mudar a sua realidade e trazer a alegria constante para o seu dia-a-dia.

Vamos lá! Não é difícil colocar em prática tudo o que eu falei neste artigo, é uma questão de pensar, agir e sentir o lado positivo da vida. Você verá que com o tempo ficará mais fácil e se você tiver força de vontade você se pegará pensando apenas coisas boas, é uma questão de vigiar a própria mente.

Lembre-se, você não é os seus pensamentos, você é a alma observadora por trás dos seus pensamentos! Medite no pensamento: “Eu sou grato(a) pela minha vida abençoada, chuva de bênçãos caem sobre mim!”

“Se você desistiu de ter a esperança de ser feliz um dia, alegre-se. Jamais perca a esperança. Sua alma, reflexo do Espírito eternamente cheia de alegria, é, em essência, a própria felicidade. […] Se é felicidade o que você deseja, tenha-a! Não há nada que o possa impedir.” – Paramahansa Yogananda (2008. p. 115).

Lembre-se, não é quantas vezes você cai, mas quantas vezes você se levanta! Nunca perca a esperança de melhorar.

 

Referências:

Paramahansa Yogananda,  Onde Existe Luz – Discernimento e Inspiração para Enfrentar os Desafios da Vida. Los Angeles – Califórnia (USA). Self-Realization Fellowship, 2008.

 

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Por que devemos conversar com estranhos | Kio Stark – TED

“Sou obcecada por falar com estranhos. Eu olho nos olhos, digo oi, ofereço ajuda, escuto. Ouço todo tipo de histórias. Por volta de sete anos atrás, comecei a documentar minhas experiências para tentar descobrir o porquê. Descobri que havia algo muito lindo acontecendo. Quase poético. Essas experiências eram muito profundas. Eram prazeres inesperados. Eram conexões emocionais genuínas. Eram momentos libertadores. Quando conversamos com estranhos, fazemos interrupções lindas na narrativa prevista das nossas rotinas diárias e das deles”, diz Kio Stark.

Nesta palestra encantadora, Stark explora os benefícios negligenciados de ultrapassarmos nosso desconforto implícito de conversar com estranhos e de abraçarmos aqueles momentos breves, porém lindos, de conexão genuína.

É maravilhoso quando podemos sair da nossa zona de conforto e nos abrir para as inúmeras possibilidades que a vida oferece a cada momento. Assista a palestra abaixo, experimente conversar com pessoas desconhecidas no seu dia a dia e depois compartilhe  suas experiências conosco.

Por que Devemos Conversar com Estranhos

Autocuidado, para cuidar do outro

 

“Em caso de despressurização da cabine, máscaras de oxigênio cairão automaticamente. Puxe uma das máscaras, coloque-a sobre o nariz e a boca ajustando o elástico em volta da cabeça e respire normalmente, depois auxilie a criança ao seu lado.”

Primeiro você, depois a criança. Essa é a orientação dos comissários de bordo nas viagens de avião. Há tanto tempo, eles estão nos dando essa lição tão importante: é preciso cuidar de você, para que você possa cuidar dos outros.

Acontece que fomos criados numa cultura onde crianças “boazinhas” são as crianças merecedoras de amor. Onde só são dignos de inclusão e pertencimento aqueles que dizem Sim para tudo e para todos, menos para si. Fomos ensinados a sermos bons para os outros, e não para nós mesmos.

Com toques de ironia, Kelly Bryson escreveu em seu livro Não seja Bonzinho, Seja Real:
“As recompensas de ser um bom menino ou uma boa menina incluem depressão, suscetibilidade para explosão, confusão profissional ou falta de realização, ansiedade, não conseguir se conscientizar das suas necessidades, relacionamentos chatos ou conturbados, rancor em ser vítima de ‘pessoas más’, um sutil ódio por si e várias doenças psicossomáticas.”

Autocuidado não é sobre ser egoísta, pensar nas nossas necessidades e não pensar nas dos outros. É sobre entender que para levar alguém a algum lugar, precisamos ter combustível no nosso tanque. Porque quando tentamos levar uma pessoa para algum lugar sem combustível suficiente, acabamos ficando nós dois parados sem chegar a lugar nenhum.

Ana Claudia Quintana Arantes é médica, especialista em geriatria e cuidados paliativos, e escritora do livro A morte é um dia que vale a pena viver. Ela se dedica ao desafio de cuidar das pessoas para que elas tenham uma boa morte. Com ela aprendi que, para que a gente não esgote a nossa capacidade de cuidar, precisamos cuidar de nós mesmos. Ela diz que, “salvando a sua vida, você salva a de todos que você cuida.”

Mas primeiro precisamos saber identificar o nível de combustível no nosso tanque. Entretanto, nem isso a nossa cultura nos incentiva a fazer. Precisamos saber escutar nossas sensações (sinais do corpo) e nossos sentimentos (emoções), que indicam as necessidades que precisam ser atendidas ou valorizadas.

“O benefício de reconhecer nossos sentimentos e nossas necessidades é que eles nos ensinam a ter respeito por nós mesmos. Os sentimentos são como botões piscando no painel de um avião: eles indicam qual função está ou não funcionando, e se uma necessidade está ou não sendo satisfeita.” Thomas d’Ansenbourg

Identificar nossos sentimentos e necessidades é uma prática da Comunicação Não-Violenta chamada Autoconexão.

Diante de uma situação específica conflitante:

Como me sinto?
Qual a minha necessidade não atendida?

Existem algumas ferramentas que podem te ajudar nessa prática de busca por clareza:

Listas de auxílio para a prática da Comunicação Não-Violenta
Como não fomos incentivados a desenvolver um vocabulário que expresse nossos sentimentos e necessidades, é muito comum que tenhamos dificuldades de encontrar palavras que descrevam o que estamos sentindo ou precisando. Podem muito úteis nas práticas individuais de autoconexão.

Cartas de sentimentos e necessidades

Praticar a autoconexão com as palavras que expressem sentimentos e necessidades em forma de cartas pode ser mais fácil, leve e intuitivo do que o uso de listas. É a proposta trazida pelo Baralho da Empatia  e o Jogo Grok.

Escuta empática

A prática da Escuta Empática acontece quando uma pessoa te escuta com atenção, com presença, e sem julgamentos. Sem avaliar, ou diagnosticar, ela, apenas através da empatia, faz hipóteses do que você pode estar sentindo ou precisando.

Se você sente fome, seria muito bom se alimentar. Se você sente sono, imagino que seria bom dormir. Se você sente tristeza, pode ser que precise de acolhimento. Se você sente raiva, pode ser que precise de expressão. Se se sente sozinho, pode ser uma necessidade de apoio.

Apenas quando você conseguir identificar o que você precisa, será possível pensar em estratégias de ação que realmente funcionem. Autoconhecimento é pré requisito para o autocuidado.

Não se trata de encontrar a resposta certa. Ou a solução definitiva para todos os problemas. Mas sim de encontrar o que você dá conta de fazer neste momento.

Sim, pode ser que você perceba que queira fazer uma transição de carreira, mudar de cidade, sair de um relacionamento. Sim! Legal!

Mas pergunte-se também: Hoje, o que eu posso fazer para cuidar de mim? O que pode me ajudar a atender minhas necessidades neste momento?

Autocuidado também é tomar um chá para dor de garganta. É parar e respirar por 1 minuto. É ficar em casa e dormir. É sair para ver os amigos. É pedir comida. É fazer uma comidinha gostosa. É sair sem se arrumar. É sair arrumado. É pedir ajuda.

Quer escutar melhor os outros? Escute a si primeiro. Não é possível escutar outra pessoa com atenção e presença se você estiver cansado demais, morrendo de fome, ou tomado por suas próprias emoções.

Quer ser gentil com as outras pessoas? Seja gentil com você mesmo. Num conflito, num momento desafiador, quando você não conseguir sustentar mais sua máscara de “bonzinho”, é muito provável que, a voz que você usa para falar consigo mesmo, seja a voz que vai escapar quando você estiver falando com os outros.

O primeiro passo para se comunicar de uma forma mais amorosa, mais clara e cuidadosa com os outros, é se comunicando de uma forma mais amorosa, mais clara e cuidadosa com você mesmo.

7 Dicas para Praticar Meditação Mindfulness com Crianças

Praticar Mindfulness com crianças é uma tarefa deliciosa. No nosso blog, dedicamos uma publicação para apresentar uma série de 18 exercícios que podemos fazer com crianças e adolescentes. Desde os 2 anos de idade, a criança pode ser convidada a meditar, a experimentar a atenção plena. Obviamente, pela tão pouca idade, os exercícios se dão em poucos segundos. Pouco a pouco, ela vai ampliando sua capacidade de concentração.

Dentre os benefícios do mindfulness para as crianças e os adolescentes podemos destacar a concentração, pois aprende a ignorar as distrações e colocar foco no momento presente. Também é uma excelente ferramenta de desenvolver a inteligência emocional, posto que a criança aprende a regular suas emoções.

Através da prática da meditação mindfulness, podemos aprender muito das crianças e com elas. Mas, antes de qualquer coisa, para que leve adiante essa tarefa de ajudar seu filho na prática dessa atividade, busque seguir os conselhos abaixo:

1. Tenha constância e paciência.

É preciso que você escolha horários fixos para a prática de Mindfulness. Além disso, também defina a constância, por exemplo, 2 ou 3 dias por semana. Escolha as atividades e defina o tempo a desenvolver a técnica. Considere a idade da criança. Tenha em conta de que o resultado não é imediato. A meditação Mindfulness requer uma prática continua para que se obtenham maiores benefícios.

2. Lugar tranquilo

Escolha um espaço tranquilo onde saiba que não haverá interrupções. Se vai praticar em casa com seu filho, busque um canto da casa que não tenha estímulos que possam distrair a criança, tais como brinquedos, televisão, etc.

Recomendamos que leia também os posts:

  • Ideias para criar uma mesa da paz: aprendendo a se acalmar

  • Trocamos o cantinho da disciplina pelo cantinho da calma?

3. Atitude lúdica

Para as crianças, a meditação deve ser apresentada como uma atividade lúdica, cheia de humor e de aventura. Não pense que será fácil para seu filho sentar-se por 4 ou 5 minutos e ficar quieto porque sim. Para isso, há uma série de atividades que você pode fazer com as crianças.

4. Repita alguns exercícios

Prove as várias atividades de Mindfulness que propomos na nossa seção ‘Mindfulness para crianças’. Observe quais são as preferidas de seu filho. Ainda que o exercício seja o mesmo, a experiência pessoal pode mudar em cada ocasião.

5. Participação ativa

Motive seu filho a praticar a atividade. Para tal, pratique junto com ele. Durante um bom tempo, será necessário que você conduza as atividades, já que é preciso que ele entenda o que é meditar e os benefícios que sua prática continua possa trazer para seu dia a dia. No entanto, esteja atento sempre aos gostos de seu filho. Pode ser que ele queira praticar sozinho. Oriente-o, mas respeite seu desejo.

6. Aceitação das emoções

Explique a seus filhos que é preciso aceitar suas emoções com amabilidade. Há dias em que nos sentimos bem, e outros em que algo nos deixa triste. É preciso que a criança aprenda a reconhecer cada uma emoções que um dia bom ou ruim possa provocar-lhe. Você pode dizer a ele: “Mesmo que hoje não tenha sido um bom dia, você está fazendo bem ao aceitar as coisas tal como são neste momento. Não julgue as experiências das crianças, todas estão bem e fazem parte de seu crescimento como pessoa.

7. Escute

Para uma criança, reconhecer suas emoções é algo muito difícil e complicado. Por isso, busque sempre falar com seu filho sobre as distintas emoções, nominando-as e explicando-as para que ele possa expressar o que sente. Ao final de cada atividade que realize, peça que explique o que sente, que possa dizer se suas sensações são boas ou más, simplesmente fazem parte da vivencia de cada momento. No entanto, não force nada. Caso não queira comentar, respeite sua vontade. Dia pós dia você conseguirá despertar a confiança de seu filho.

Você faz PHUBBING com seu filho?

O Phubbing consiste em ignorar as pessoas presentes em um mesmo espaço (neste caso, nada mais e nada menos, que nossos filhos) para nos dedicarmos às atividades nos celulares (como navegar na rede, conversar no whatsapp, entrar nas redes sociais ou, simplesmente, revisar o celular).

Em poucas palavras, é quando prestamos mais atenção ao aparelho do que naqueles que estão a nosso lado mendigando nossa atenção. Estamos descuidando da interação com eles.

Parece que prestamos mais atenção aos sinais, sons e ruídos VIRTUAIS que fazem os “filhos” de Android/Apple (que se comportam como crianças caprichosas que precisam ser, constantemente, atendidos), e não às necessidades afetivas REAIS das criaturas que trazemos ao mundo.

Levante a mão quem cometeu esse erro… Pois eu também o cometi, e meu filho me fez sabê-lo.

Em seguida, deixo a vocês algumas recomendações que podemos implementar em casa:

  • Antes de mais nada, estar claros de qual é a prioridade no momento. Para tudo há seu tempo, não acham?
  • Explique à criança se estamos esperando uma chamada ou mensagem importante, esclarecendo que devemos atendê-la e, depois disso, deixe o telefone.
  • Nem todos somos neurocirurgiões nem traumatólogos. Isso quer dizer que NEM TODAS AS MENSAGENS que recebemos SÃO URGENTES, ainda que sejam importantes. Portanto, certamente não é caso de vida ou morte.
  • Por último, com a mesma energia e firmeza com a que não lhes permitimos comer na cama ou ver televisão para ficar dormidos, NÃO DEVEMOS LEVAR O CELULAR À MESA, já que esse momento é de conexão… não conexão de WIFI.

5 maneiras de liderar em uma era de mudança constante

Em um cenário empresarial dinâmico e em constante evolução, a capacidade de liderar com eficácia torna-se ainda mais crucial. As organizações enfrentam desafios constantes, desde avanços tecnológicos até mudanças nas expectativas dos consumidores. Neste artigo, exploraremos cinco estratégias infalíveis para liderar em uma era de mudança constante, capacitando você a se destacar como um líder resiliente e bem-sucedido.

1. Antecipe-se às Mudanças:

Em um ambiente em constante transformação, a capacidade de antecipar-se às mudanças é uma vantagem estratégica. Esteja atento às tendências do setor, inovações tecnológicas e às necessidades em evolução dos clientes. Mantenha-se atualizado com a pesquisa de mercado e esteja disposto a adaptar sua abordagem conforme a situação exige. Ao antecipar-se às mudanças, você posiciona sua equipe e sua organização para o sucesso a longo prazo.

2. Desenvolva uma Cultura de Resiliência:

A resiliência é uma qualidade essencial para líderes em uma era de mudança constante. Desenvolva uma cultura organizacional que promova a resiliência, encorajando a adaptação rápida a novas circunstâncias. Isso inclui a capacidade de aprender com os desafios e transformá-los em oportunidades de crescimento. Ao criar uma mentalidade resiliente em sua equipe, você fortalece a capacidade de enfrentar adversidades e manter o desempenho mesmo em tempos de incerteza.

3. Comunique-se de Forma Clara e Transparente:

Em momentos de mudança, a comunicação clara e transparente torna-se ainda mais crucial. Mantenha sua equipe informada sobre os desenvolvimentos, desafios e metas da organização. Estabeleça canais de comunicação abertos, encorajando a colaboração e a troca de ideias. Uma comunicação transparente constrói confiança, elemento fundamental para liderar em tempos de incerteza. Seja honesto sobre os desafios, mas também destaque as oportunidades que a mudança pode trazer.

4. Promova a Inovação e a Adaptação:

Líderes eficazes em uma era de mudança constante entendem a importância da inovação contínua. Encoraje a criatividade e a busca por soluções inovadoras dentro da equipe. Esteja aberto a experimentar novas abordagens e a aprender com os fracassos. A capacidade de se adaptar rapidamente a novas circunstâncias é um diferencial competitivo. Incentive a mentalidade de crescimento, onde os membros da equipe veem os desafios como oportunidades para aprender e melhorar.

5. Invista no Desenvolvimento da Equipe:

Uma equipe capacitada é um ativo valioso em tempos de mudança. Invista no desenvolvimento contínuo da sua equipe, proporcionando treinamentos e oportunidades de aprendizado. Estimule a diversidade de habilidades e perspectivas, construindo uma equipe versátil e preparada para enfrentar os desafios da mudança constante. Ao investir no crescimento da sua equipe, você cria uma base sólida para liderar com sucesso em um ambiente dinâmico.

Quem disse que a mudança tem que ser difícil? O especialista em mudança organizacional Jim Hemerling acredita que adaptar o seu negócio no mundo atual, que está em constante evolução, pode ser revigorante em vez de cansativo. Ele salienta cinco imperativos, centrados na priorização de pessoas, para tornar a reorganização da empresa uma tarefa fortalecedora e energizante para todos.

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O Poder da Vulnerabilidade | Brené Brown

As relações humanas são intrinsecamente complexas, moldadas por uma variedade de fatores que vão desde a comunicação até a confiança. Em meio a esse intricado emaranhado de interações, a vulnerabilidade emerge como uma força transformadora, capaz de aprofundar e fortalecer os laços entre as pessoas. Neste artigo, exploraremos os benefícios da vulnerabilidade nas relações, destacando como a disposição de ser vulnerável pode criar conexões autênticas e significativas.

A vulnerabilidade, muitas vezes vista como um sinal de fraqueza, é na realidade um ato de coragem. Envolve a disposição de se expor emocionalmente, compartilhando medos, inseguranças e sentimentos íntimos. Nas relações, essa disposição cria um terreno fértil para o desenvolvimento de laços genuínos, pois permite que as pessoas se aproximem umas das outras de maneira autêntica.

Um dos benefícios mais notáveis da vulnerabilidade é a promoção da empatia. Quando alguém se permite ser vulnerável, está abrindo as portas para que outros compreendam e se identifiquem com suas experiências. Essa troca de vulnerabilidades cria um ambiente de compreensão mútua, fortalecendo a conexão emocional entre as pessoas. A empatia resultante fomenta a aceitação e o apoio, pilares fundamentais para relacionamentos saudáveis.

Além disso, a vulnerabilidade contribui para a construção da confiança. A transparência emocional promovida pela vulnerabilidade é um ingrediente crucial para o estabelecimento de confiança mútua. Quando as pessoas compartilham suas vulnerabilidades, estão confiando umas nas outras com partes essenciais de si mesmas. Essa confiança mútua forma uma base sólida para a relação, permitindo que as pessoas se sintam seguras para serem autênticas e expressarem suas verdadeiras emoções.

A vulnerabilidade também desempenha um papel vital na resolução de conflitos. Em vez de esconder sentimentos ou adotar uma postura defensiva, as pessoas vulneráveis se abrem para discutir abertamente os problemas. Esse diálogo franco e honesto é fundamental para a resolução de conflitos de maneira construtiva, promovendo a compreensão mútua e a busca por soluções que atendam às necessidades de ambas as partes envolvidas.

Além disso, a vulnerabilidade contribui para o crescimento pessoal e emocional. Ao enfrentar e compartilhar suas vulnerabilidades, as pessoas se tornam mais conscientes de si mesmas e de seus sentimentos. Esse processo de autoconhecimento é enriquecedor, pois permite que cada indivíduo compreenda suas próprias necessidades, limitações e aspirações. Nas relações, o crescimento pessoal de cada parte contribui para a evolução saudável do vínculo, à medida que ambos se desenvolvem como indivíduos e como parceiros.

Ao contrário do que muitos podem pensar, a vulnerabilidade não enfraquece as relações, mas sim as fortalece. Quando as pessoas se permitem ser vulneráveis, estão demonstrando autenticidade e coragem, ingredientes essenciais para construir relações duradouras e profundas. Em um mundo onde a aparência muitas vezes prevalece sobre a essência, a vulnerabilidade emerge como uma força poderosa que quebra as barreiras da superficialidade e abre caminho para conexões verdadeiras.

Contudo, é importante notar que a vulnerabilidade deve ser cultivada com discernimento. Não se trata de expor cada detalhe pessoal a qualquer pessoa, mas sim de escolher compartilhar aspectos significativos com aqueles em quem confiamos. A vulnerabilidade saudável requer reciprocidade e respeito mútuo, garantindo que ambas as partes se sintam seguras para compartilhar sem receios de julgamento ou exploração.

Em conclusão, os benefícios da vulnerabilidade nas relações são inegáveis. Desde fortalecer a empatia até promover a confiança e o crescimento pessoal, a vulnerabilidade desempenha um papel vital na construção de conexões autênticas e significativas. Ao abraçar a vulnerabilidade, as pessoas não apenas enriquecem suas relações, mas também criam um ambiente propício para o florescimento do amor, compreensão e apoio mútuo.

O que possibilita que as pessoas se conectem, e o que impede a conexão humana?

Estas perguntas motivaram o estudo intensivo de Brené Brown sobre vulnerabilidade. Neste renomado TED Talk, a pesquisadora e contadora de histórias, explica com humor como ela aprendeu a abraçar a sua vulnerabilidade – e por que você deve abraçar a sua. O tema dessa palestra é fundamental para quem busca ter conexões mais profundas com as pessoas e consigo mesmo.

“Nossa rejeição da vulnerabilidade deriva com frequência da associação que fazemos entre ela e as emoções sombrias como o medo, a vergonha, o sofrimento, a tristeza e a decepção – sentimentos que não queremos abordar, mesmo quando afetam profundamente a maneira como vivemos, amamos, trabalhamos e até exercemos a liderança. O que muitos não conseguem entender, e que me consumiu uma década de pesquisa para descobrir, é que a vulnerabilidade é também o berço das emoções e das experiências que almejamos. Quando estamos vulneráveis é que nascem o amor, a aceitação, a alegria, a coragem, a empatia, a criatividade, a confiança e a autenticidade.” – Brené Brown

 

Nesta palestra, Brene Brown explica:

  • O que impede a conexão humana;
  • Como algumas pessoas evitam ou anestesiam a sua vulnerabilidade;
  • Como abraçar a sua vulnerabilidade e ser emocionalmente corajoso.
Assista a palestra completa no vídeo abaixo:
                               
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Indo além dos rótulos

Você já deve ter ouvido este ditado: “Quem vê cara, não vê coração”. Parece simples seguir este sábio conselho de ver “o coração”, mas sabemos que não é tanto assim. Principalmente com as pessoas que já fazem parte das nossas vidas há bastante tempo, as pessoas que achamos que já conhecemos. São elas as que mais carregamos de rótulos e julgamentos.

Veja como vencê-los e levar seus relacionamentos a um nível de conexão muito maior!

  • Rótulos são necessários

Como assim rótulos são necessários? Sim. É natural que no processo de conhecer uma pessoa nova, a gente sinta a necessidade de ter algumas perguntas respondidas, por exemplo: “Quem você é?”, “O que você faz” ou “Do que você gosta”.

Saber que uma pessoa tem a mesma profissão ou religião que a minha, por exemplo, facilita a comunicação com ela. Rótulos são atalhos para a comunicação. Utilizá-los em nossas vidas é uma forma mais fácil de entender o mundo que nos cerca.

  • Rótulos são barreiras que precisamos vencer

Por outro lado, a maior barreira para a conexão humana são os rótulos. Nos nossos relacionamentos, de forma inconsciente, tomamos como ponto de partida os rótulos que cada um carrega. Desta forma, limitamos nossa percepção da totalidade do ser da outra pessoa.

Eles vão além das aparências físicas ou formações acadêmicas. Por incrível que pareça, rótulos como “mãe”, “pai”, “filh@”, “marido”, “esposa”, “chefe”, “amig@” podem ser bem pesados. Eles são carregados de expectativas que estão só esperando para serem quebradas, ou de árduos esforços para correspondê-las a qualquer custo.

Mães são seres humanos, mulheres, que já foram filhas, namoradas. Chefe é mãe ou pai, marido ou esposa, já foi aluno e funcionário. Marido é homem, que pode ser irmão, e já foi menino. Todos são seres humanos em constante mudança. Precisamos sempre nos lembrar que, se o mundo fosse uma empresa, todos nós estaríamos vestindo o uniforme “em treinamento”.

Os adjetivos que nos perseguem desde nossos primeiros dias de vida também fazem parte dos rótulos que nos imobilizam. “Você é muito teimoso”, “Ela é muito sorridente”, “Ele é preguiçoso”.

  • Comunicação Não-Violenta

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Vamos começar a ir além dos rótulos através do primeiro componente da Comunicação Não-Violenta: diferenciando observações de avaliações.

As observações são relatos de fatos que podem ser imediatamente verificáveis por qualquer pessoa que percebe algo. Relatos que sejam compatíveis com o que uma câmera filmadora pode captar.

As avaliações são nossas opiniões, pensamentos, impressões, julgamentos. Geralmente consistem de generalizações, ou rótulos.

​É muito mais fácil usar avaliações em vez de observações em nossas conversas. É mais fácil dizer “toda vez você faz isso” do que pensar com cuidado e dizer “das últimas 3 vezes você fez isso”. Usar avaliações é escolher o caminho aparentemente mais curto, mas ele acaba sendo o mais longo, pois nos distancia da conexão com o outro.​

Tendo como ponto de partida as avaliações, nós distorcemos por completo nossa leitura dos fatos, e assim ela adquire a cor dos medos, das esperanças e das projeções que habitam em nós.

Veja alguns exemplos:

AVALIAÇÕES (↓conexão)OBSERVAÇÕES (↑conexão)
“Você me ignorou o dia inteiro”.“Você é muito relaxado”.“Eu te liguei 5 vezes hoje e você não atendeu.”“Você não retornou nenhuma ligação minha hoje.”
“Eu arruinei a vida do cliente.”“Eu não sirvo para nada.”“Eu não entreguei o trabalho dentro do prazo combinado.”“Eu disse que entregaria o trabalho até ontem mas não entreguei.”
“Você é muito ruim em matemática.”“Você está prejudicando seu futuro.”“Você tirou nota 3 na prova de matemática.”“Sua professora disse que você dormiu durante as duas últimas aulas dela.”

Manter o foco nos acontecimentos é uma forma eficaz de gerar estratégias para solucionar os problemas. Assim conseguimos sair do ciclo vicioso das críticas e da culpabilização.

Permanecer no campo das críticas e a culpa é como estar em um incêndio. Não é possível respirar, nem enxergar uma saída. E aos poucos o relacionamento vai se desgastando.

  • Observar não é instintivo

Formamos nossas avaliações a partir dos nossos juízos de valor e julgamentos.

A espécie humana só chegou até aqui porque julgamos o que é bom e o que é ruim para nós. Para uma questão de sobrevivência, julgar que cobras e onças são perigosas foi essencial.

Porém chegamos ao ponto na civilização urbana que julgar tomou proporções exageradas. Julgamos sem nem mesmo observar e em questões muito distantes de serem tão vitais quanto sobrevivência.

A CNV não nos obriga a permanecermos completamente objetivos e a nos abstermos de avaliar. Ela apenas sugere que mantenhamos a separação entre nossas observações e nossas avaliações. Que saibamos reconhecer quando estamos observando, e quando estamos avaliando.

Pois ao combinarmos a observação com a avaliação, diminuímos a probabilidade de que os outros ouçam a mensagem que desejamos lhes transmitir. Em vez disso, é provável que eles a escutem como crítica e, assim, resistam ao que dizemos.

Pratique:

 

  • Procure trocar palavras e termos como “sempre”, “nunca”, “tudo”, “todo mundo”, “toda vez” por uma descrição específica de cada evento.
    • Não é fácil pois muitas vezes é preciso deixar para trás o que a memória não alcança mais. Fica mais difícil ainda em ambientes em que as conversas são escassas e só acontecem quando ninguém aguenta mais permanecer naquela situação. Por isso procure expor seus pensamentos e sentimentos em momentos próximos aos acontecimentos.
    • “Você nunca vem me visitar” pode ser dito de forma mais específica, por exemplo, “Nas últimas três vezes que te convidei para vir aqui em casa, você cancelou de última hora”.
  • O mesmo vale para os adjetivos. Quando vier aquele impulso de adjetivar alguém, fale sobre a ação dela, inclusive nos elogios.
    • “Você é o melhor marido”, por exemplo, pode ser complementado por “Fico muito feliz quando você faz um jantar para mim”.
    • “Você é inconsequente” também pode ser trocado por “Fico preocupada com você quando viaja sem me avisar”.
  • Pergunte antes de fazer afirmações. Se dê a oportunidade de saber mais sobre os acontecimentos antes de construir suas conclusões. Muitas vezes você fará descobertas que mudarão completamente sua forma de ver a situação.
    • “Por que você se atrasou?”, “Aconteceu alguma coisa?”, por exemplo podem ter respostas que te deixarão arrependido depois de ter dito “Você é muito irresponsável por ter se atrasado”.
  • Definitivamente o mais importante: Nos momentos de fortes emoções, principalmente da raiva, dê um passo para trás. Respire. Só assim é possível limpar o olhar de todos os julgamentos para conseguir ver a situação com o máximo de neutralidade. Foco nos acontecimentos!
Como melhorar os relacionamentos

Para melhorar seu relacionamento, comece por aqui…

É muito comum que o relacionamento mais difícil que você tenha, seja com uma das pessoas mais próximas a você.

Pais, mães, filhos, irmãos, maridos, esposas, parentes próximos, colegas de trabalho…

Lidar com esses relacionamentos, quando são difíceis, são desafios dos quais não podemos fugir. Meu pai sempre diz que não pode existir ‘ex-pai, ex-mãe, ex-irmão’. E que quando pode ser ex (ex-marido ou ex-esposa), é ex para sempre.

Por mais difíceis que sejam, esses relacionamentos são também oportunidades únicas de aprendizado e evolução.

Quando o relacionamento com uma pessoa que você ama não vai bem, pode ter certeza que a comunicação entre vocês não vai bem.

Portanto se você quer mesmo melhorar um relacionamento, é preciso antes de qualquer coisa, melhorar a comunicação entre vocês.

Quando pensamos no ato de “conversar”, muitos de nós remetemos à ação de falar. Mas lembre-se disso: tudo começa no escutar.

Eu já sei ouvir! Isso não é o suficiente?

“Ouvir é a capacidade biológica que possuem algumas espécies vivas de ser engatilhadas por perturbações ambientais de tal forma que provocam o domínio sensorial chamado som.” – Rafael Echeverria

Ouvir é perceber sons. Estamos ouvindo todos os sons o tempo todo. Carros, latidos, máquinas, vozes, pássaros.

Um sinal bem evidente de que você está só ouvindo (e não escutando) a outra pessoa falar, é quando não está com o olhar direcionado para ela, e a responde com um indiferente “Aham”.

 

Mais que ouvir, é preciso ESCUTAR!

“Quando escutamos, geramos um mundo interpretativo. O ato de escutar sempre implica compreensão e, portanto, interpretação. O fator interpretativo é de tal importância no fenômeno de escutar que é possível escutar ainda quando não há sons. Efetivamente podemos escutar os silêncios. Também escutamos os gestos, as posturas do corpo e os movimentos, na medida em que sejamos capazes de atribuir-lhes sentido.” – Rafael Echeverria

Escutar faz parte do domínio da linguagem. Escutar é interpretar, entender, compreender. O deficiente auditivo tem capacidade de ouvir reduzida, mas a de escutar preservada.

Pode ser que você já tenha visto esta frase em algum lugar: “A maior distância entre duas pessoas é o mal entendido”. É incrível como estamos distantes das pessoas mais próximas a nós. Mas como bem entender a outra pessoa, se não a escutamos?

O princípio da escuta

escuta

“É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina.”

Rubem Alves

Escutar é uma questão de escolha!

Em uma conversa, você pode escolher ser submisso aos seus impulsos, pelas suas vontades imediatas, pela sua natureza dominante de auto defesa.

Ou você pode escolher ser o mestre do seu próprio comportamento.

Optar pela escuta é uma escolha consciente.

Assim como todas as outras escolhas que fazemos para sermos pessoas melhores todos os dias.

Sobre escolhas, não perca a oportunidade de assistir este vídeo:

 

Dicas essenciais para escutar mais:

O que você vai encontrar aqui:

  • Comprometa-se hoje consigo mesmo de escutar as pessoas que você ama, como se fosse a primeira vez.
  • Esteja aberto para aprendizados e mudanças
  • Tente escutar as necessidades por trás do que a outra pessoa está dizendo
  • Esteja presente mentalmente
  • Inspire… Expire…
  • Pergunte mais, afirme menos
  • Lembre-se que essa pessoa que está na sua frente é a pessoa mais importante do mundo

Vamos lá!

  • Comprometa-se hoje consigo mesmo de escutar as pessoas que você ama, como se fosse a primeira vez.

A intenção te levará à ação, mesmo que não seja fácil, nem rápido ou indolor.

O comprometimento consigo mesmo irá te ajudar a superar as dificuldades que surgirão no caminho.

Quando você escolher escutar, lembre-se que o foco não é você. Não são as suas opiniões, os seus sentimentos, as suas experiências.

Agora é a vez de quem fala. Você terá sua oportunidade.

“Seja a mudança que você quer ver no mundo.”

Mahatma Gandhi

 

  • Esteja aberto para aprendizados e mudanças

mudanças

“A coisa mais importante que aqui se pode aprender é o caminho para além de si mesmo, vencendo as sutilezas da vaidade e de perto escutar profundamente o que a existência do outro tem a ensinar.””

Will Goya

É a parte mais difícil, abandonar nosso orgulho, nossas certezas. Mas se você entrar numa conversa convicto de que já tem todas as respostas, a conversa se faz desnecessária. Dê espaço para novos conceitos, novas informações, e para desconstruir outros. Você não precisa abandonar os seus julgamentos, apenas pedir um tempo para eles.

“Eu já sei o que ele vai dizer”

“Ele sempre se comporta assim”

“Não adianta”

Na conversa, quando esses pensamentos vierem, ou mesmo quando forem falados, se conscientize que estes são seus julgamentos, seus pré-conceitos, apenas seus. E que  o apego a eles engessam o processo da conversa, impedindo o avanço.

Lembre-se do seu passado. Como você era, os erros que você já cometeu. Os rótulos do passado não definem quem você é hoje. Você mudou!

Então não se prenda aos rótulos que você colocou nos outros também.

Dê liberdade, para se sentir livre também!

“Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante”

Raul Seixas

  • Tente escutar as necessidades por trás do que a outra pessoa está dizendo

Marshall Rosenberg, criador da comunicação não violenta nos apresentou uma nova forma de escutar: não identificando as críticas no que outro diz sobre você, e sim necessidades dela não atendidas.

Quando uma outra pessoa te faz sofrer, é porque ela própria está sofrendo no fundo do seu ser, e este sofrimento transborda. Ela não precisa de punição; precisa de ajuda. Essa é a mensagem que ela está enviando.”

Thich Nhat Hanh

Quando uma pessoa diz uma acusação, antes de reagir, veja o que pode haver por trás disso. Necessidade de ser escutada? De que suas opiniões sejam consideradas?

Como ela deve estar se sentindo por isso? Triste? Solitária?

O objetivo não é acertar a resposta. Mas sim que a pessoa perceba que você está tentando se colocar no lugar dela para compreendê-la. Isso é escutar com empatia.

É importante lembrar aqui que para dar escuta, é preciso se escutar.

Quando você se perceber em um momento ruim, tente identificar que emoção você está sentindo.

Pode ter certeza que por trás dela tem uma necessidade sua não atendida. Você está precisando de segurança? De descanso? De confiança? De compreensão?

A lista de necessidades humanas do livro de Marshall Rosenberg pode ajudar nos primeiros passos,  Clique Aqui para baixar!

  • Esteja presente mentalmente

Solte o celular, esqueça as pessoas em volta, desligue a televisão. Agora você está escutando.

“O momento presente é tudo o que temos. Todo o resto é passado, já foi. Nosso futuro ainda não chegou. A única coisa que está acontecendo é o momento presente, tão rápido que já quase o perdemos antes mesmo de ele chegar.”

Jetsunma Tenzin Palmo

É impossível ser multitarefa durante uma conversa significativa.

Só estaremos escutando se estivermos totalmente presentes no momento, com atenção focada na pessoa que fala, no que ela diz, nas reações corporais, no reconhecimento das emoções envolvidas, nos seus próprios pensamentos, no tom de voz.

Para possibilitar a presença mental quando você estiver com as pessoas que você ama, veja essas dicas:

– Organize sua rotina, tenha uma lista simples de tarefas do dia, procure evitar levar serviço para ser feito em casa, nos momentos únicos que você tem com a sua família.

– Faça as mudanças necessárias na sua rotina para que você possa estar presente mentalmente onde quer que você esteja.

– Pratique a presença mental em outras atividades além das conversas. Você pode dirigir, cozinhar, comer, fazer sua higiene pessoal de forma completamente atenta. Deixando os pensamentos com o passado e o futuro passarem como se fossem nuvens. As mesmas ações serão vivenciadas de uma nova e surpreendente forma.

  • Inspire… Expire…

A respiração curta e insuficiente nos leva a estados de ansiedade e estresse. Por isso, quando você se pegar interrompendo a fala do outro, ou com os pensamentos pesados repletos de julgamentos, respire. E então volte a consciência para a escuta.

Respirar de forma lenta e profunda é um mecanismo que notifica o seu organismo que está tudo bem. Que ele não precisa se preocupar. É uma forma poderosa de mudar padrões de comportamento.

Você terá a sua chance de falar. E ela será muito melhor aproveitada após escutar tudo que a outra pessoa tem a dizer.

Assista este vídeo! É rápido e essencial. (Ative as legendas em Português!)

  • Pergunte mais, afirme menos

Mesmo que você tenha certeza que já saiba a resposta certa, pergunte, explore. Garanto que novas respostas interessantes virão. Respostas que podem dar um rumo diferente para as suas conversas.

– Nos conflitos, troque as acusações por perguntas:

“Você não se importa comigo” por “Por que você não ligou para mim?”

“Você é preguiçoso, não me ajuda em casa.” por “Por que você não lavou a sua louça?”

“Pare de ser chorão” por “Por que você está chorando?”

Você vai ver que escutando o outro, tendo curiosidade para entender por que a pessoa pensa e age daquela forma, perguntando em vez de trazer suas respostas prontas, o rumo das suas conversas vai ser totalmente diferente.

– Backtracking

É uma ferramenta simples e valiosa da PNL (Programação Neurolinguística). Você pode aplicar o Backtracking se atentando ao tom de voz, à linguagem corporal e as palavras chave que a outra pessoa utiliza, e através de perguntas, reafirmar ou confirmar os pontos colocados por ela.

Você pode começar com “Deixa eu ver se eu entendi…” e parafraseia o que ela disse, nunca se esquecendo da empatia.

A outra pessoa perceberá que você está mesmo a acompanhando. Você vai ser para ela alguém mais confiável, mais agradável de ter ao lado para conversar.

  • Lembre-se que essa pessoa que está na sua frente é a pessoa mais importante do mundo

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Imagine que a pessoa com quem você está conversando é a Rainha Elisabeth, o Nelson Mandela, o Dalai Lama. Se uma dessas pessoas estivesse na sua frente, só você e ela, você não desviaria o olhar por nada nesse mundo.

Mostre que você está escutando:

Com o seu olhar. Evite desviar o olhar para as pessoas que passam atrás, para a televisão, para o celular.

Com a sua postura. O tronco levemente inclinado para frente demonstra que você está interessado na pessoa que está com você. Assim como a cabeça em posição neutra ou inclinada para o lado.

Com o seu posicionamento. Prefira estar ao lado da pessoa com quem você está conversando, ou em 90º. Isso evita a ideia de enfrentamento.

Com a fala. Confirme que você está entendendo, “aham”, “nossa!”, “sério?”, assim a pessoa tem certeza que você está envolvido.

São dicas importantes, mas mostrar que você está escutando é uma preocupação desnecessária se você REALMENTE estiver prestando atenção na pessoa! Não mostre estar escutando se isso não for verdadeiro, lembre-se do primeiro passo: ter a intenção de escutar.

Sobre a escuta para melhorar seu relacionamento, é importante lembrar…

Que não existe a forma certa e a forma errada de conversar. Mas sim, a forma que aproxima e a forma que distancia as pessoas de nós.

A melhoria da qualidade das conversas aumenta muito as chances de pessoas conseguirem manter um relacionamento, uma amizade, uma sociedade.

Mas o objetivo de conversas mais humanas não deve ficar limitado a manter os relacionamentos unidos a qualquer custo. E sim à manutenção ou recuperação  da integridade e da legitimidade de cada indivíduo.

Você também acredita que melhores conversas podem melhorar os relacionamentos?

Então compartilhe este artigo com o máximo de pessoas possível!

Assim você estará contribuindo com a construção de seres humanos se reconhecendo como humanos, e consequentemente, de uma sociedade que seja capaz de conversar e viver em paz.

como-se-proteger-das-ofensas

Como se proteger das ofensas

Recebemos ofensas quase todos os dias, de graça, sem pedir, e é impossível fugir delas sem fugir da convivência social. Saiba como se fortalecer internamente para lidar e aprender com elas!

Quando começamos a enxergar os efeitos desastrosos que uma comunicação deficiente causa, é comum que surja o desejo de que todas as pessoas do mundo fossem mais cuidadosas com o poder da linguagem que elas detêm.

Ou seja, que elas parassem de ofender as pessoas de uma vez por todas, para que a paz se instalasse.

Mas nós vivemos no mundo real. E em grande parte dele, felizmente, todos temos o direito de expressar nossas opiniões e ideias. Inclusive as que podem desagradar outras pessoas.

A liberdade de expressão deve ser um direito de todos, até mesmo das pessoas com ideias que te incomodam muito. E que não medem o tom de voz e a forma de dizer.

Somos todos diferentes. Não só na aparência física, personalidade, preferências mas também em relação ao bom senso. O meu bom senso é diferente do seu, e o seu é diferente do outro. O que é óbvio para mim, pode não ser para o você.

O que é ofensa para uma pessoa, não é para a outra. Ofensas podem vir sem querer ou de propósito. Um dia você é ofensor, e no outro é ofendido.

Por isso, precisamos, além de fazer a nossa parte para melhor conviver em grupo e criar medidas para conter a violência, nos proteger dos ataques em forma de ofensas que certamente nos atingirão.

“Paz não é ausência de conflito. É administrar o conflito em paz.”

Desconhecido

 

Mas por que é tão importante que saibamos nos proteger?

  • Para continuar aprendendo e descobrindo juntos

Jessica Thomasson apresenta bons argumentos sobre por que temos que conseguir conviver com ideias contrárias, e com as ofensas. Não perca a chance de escutá-la!

(Ative as legendas em português)

Temos que nos proteger das ofensas para nos preservar legítimos como indivíduos, para nos manter com a mente sã.

Mas também para que não nos isolemos, no temor das ofensas que possam nos atingir.

Para continuarmos a nos expor a novas experiências, a conhecer novos lugares e novas pessoas, e possamos continuar aprendendo com elas.

Em um mundo em que a tecnologia favorece tanto o isolamento, é preciso um esforço consciente para que não terminemos escondidos atrás das redes sociais, sozinhos em nossos apartamentos com nossas ideias imutáveis.

O filósofo Heinrich von Kleist cita o provérbio francês “O apetite surge do comer”, e observa que é igualmente o caso de “As ideias surgem do falar”. Os melhores pensamentos, no ponto de vista dele, são quase impossíveis de entender quando emergem; o que mais importa é a conversa arriscada e emocionante como caldeirão de descobertas. 1

 

  • Para não se machucar tanto

Falar é arriscado, podemos sem querer ofender alguém, e sermos ofendidos. Mas é necessário nos expor aos riscos da vida.

“Não podemos criar um mundo em que todas as circunstâncias e todos os seres sejam e ajam de acordo com os nossos desejos.

A terra está cheia de pedras e espinhos e, à medida em que andamos por aí, certamente iremos bater nossos dedos em pontas afiadas. Então, o que faremos? Vamos atapetar o mundo inteiro para que tudo sob os nossos pés seja macio? Não é possível, nem mesmo com todo o dinheiro do mundo. Mas não há necessidade de ir a tal extremo. Necessitamos somente de um pedaço de couro sob as solas dos nossos pés em forma de sandálias ou sapatos e então poderemos caminhar em qualquer lugar.” 2

Mas como criar esse ‘pedaço de couro’? Como nos proteger das pedras e espinhos que encontraremos no caminho?

Como podemos nos proteger das ofensas?

  • Diferenciando Dano de Ofensa (Lou Marinoff) 3

“O que é dano?

Suponhamos que você esteja no metrô e alguém grande e pesado pise sem querer em seu pé. Suponhamos que seu pé fique bem machucado – talvez até com alguns ossinhos quebrados. Isto é um dano; ou seja, um ferimento físico em sua pessoa.

Agora, suponhamos que você precise de pés saudáveis para fazer seu trabalho; que seja, talvez, carteiro ou bailarino. Com o pé quebrado, estaria temporariamente impedido de ganhar a vida. Este é um dano colateral; ou seja, um obstáculo ao cumprimento de seus deveres e interesses normais, que só desaparece quando o dano desaparecer.

Se a pessoa que pisou no seu pé lhe pediu desculpas, com certeza você tem o poder de aceitá-las. Contudo, as desculpas e sua aceitação delas não revertem o dano causado ao seu pé ou o dano colateral à sua carreira.

De qualquer modo, um dano é causado ativamente a uma vítima não consentida que não tem possibilidade de aceitar nem de rejeitar o ato e que não concorda com ele. Ou seja, as vítimas de dano não buscam sofrer o dano. Se alguém tenta lhe causar dano, você pode ou não ser capaz de defender-se.

 

O que é Ofensa?

Agora suponhamos que você está no metrô, com pés saudáveis, e observa que um outro viajante fita os dedos que saem de sua sandália. Isso lhe parece um pouco estranho ou ameaçador (o olhar fixo é uma ameaça entre primatas adultos) ou, no mínimo, bem pouco educado, e assim, pergunta:

– O que você está olhando?

– Seus pés – vem a resposta. – São os pés mais feios que já vi; mal posso acreditar em meus olhos!

Você se sente provocado, zangado e irritado; experimenta mal-estar. Foi ofendido.

No entanto, não sofreu nenhum dano. Seus pés estão ótimos e também não houve dano colateral.  Pode continuar andando ou dançando, vivendo sua vida cotidiana, realizando o seu trabalho sem impedimentos.

Agora tenho uma novidade para você: os ofendidos têm um papel ativo ao serem ofendidos. A ofensa é meramente oferecida alguém, que deve então decidir se aceita ou não. Se alguém tenta ofendê-lo, você sempre tem a opção de recusar-se a se ofender, contanto que saiba como exercê-la. Não se pode ser ofendido sem seu próprio consentimento. (Mas pode-se sofrer dano sem consentimento próprio. Vê a diferença?)

Se alguém pede desculpas por olhar seus pés, você pode perdoá-lo e não se sentir insultado. E se a ofensa é oferecida mas não aceita, não há ofensa nem dano e nenhum mal estar.

É possível maximizar seu bem-estar recusando-se a se ofender, ou maximizar seu mal estar buscando a ofensa a cada passo.”

 

“O veneno só funciona se for bebido.”

 

  • Examinar as ofensas racionalmente

Somos emoção e razão

Nós somos seres sensíveis, emotivos. Sim, as ofensas afetam profundamente nossos sentimentos.

O sistema límbico é a região do cérebro responsável pelas emoções. Dentro do sistema límbico estão as amígdalas, que são os centros de comando que transmitem nossas reações emocionais ao cérebro. Uma reação instintiva de medo, por exemplo, estimula a liberação de hormônios como cortisol e adrenalina na corrente sanguínea para que o corpo entre em estado de alerta. Ocorre o aumento da frequência respiratória, da pressão arterial e dos batimentos cardíacos. 4

Queremos nos proteger! É assim que descemos do salto, reagimos de forma irracional, perdemos a razão.

Felizmente, a natureza é sábia.

A evolução nos muniu de mais uma estrutura, o neocórtex, cujos Lobos Frontais são responsáveis pelo nossa capacidade de raciocínio e planejamento. É onde ocorre a mediação das emoções, permitindo estruturar o caos e manter as amígdalas em controle. 4

Portanto, por mais que uma ofensa atinja nossos sentimentos de imediato, nós temos atributos que permitem a mediação dessas reações instintivas, sejam de autodefesa ou de ataque. É comum que fiquemos paralisados, tristes ou irados após alguém nos ofender, direta ou indiretamente. Mas dê um tempo para que o seu cérebro processe racionalmente suas emoções.

Converse consigo mesmo, reflita

Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se para si mesmo, interrogando a si mesmo. 5

Pensa que se ofendeu? Pense de novo. Questione-se sobre a ofensa que você está abraçando. Reflita, interrogue-se.

Refletir sobre a ofensa nos ajuda não só a nos proteger delas. Mas quem sabe, a aprender algo com elas também. Afinal, dizem que os olhos não são capazes de se enxergar.

Este é um trecho de uma palestra ministrada por Leandro Karnal, onde ele discorre e exemplifica construção de pensamentos para lidar com as ofensas.

A quem pertence a sua paz?

Leandro Karnal

Nós escolhemos a quem pertence a nossa paz. Muitas vezes a deixamos nas mãos dos outros, até mesmo de pessoas que nem mesmo conhecemos.

Escutar o que não é dito

A capacidade essencial na consciência social é a empatia – sentir o que os outros estão pensando e sentindo, sem que eles nos digam em palavras. Estamos continuamente recebendo sinais dos outros sobre seus sentimentos por meio do seu tom de voz, da expressão facial, dos gestos e numerosos outros canais não verbais. A empatia cognitiva é “eu sei como você vê as coisas; posso entender sua perspectiva.” 4

Neste trecho da palestra, Leandro Karnal se coloca na posição de receptor e de gerador de uma possível ofensa. E coloca exemplos de ambas situações sob o ponto de vista da empatia.

“O que me irrita revela muito sobre mim, e muito pouco sobre o outro.”

Leandro Karnal

Tentar entender as dores que o ofensor esteja sentindo é uma forma de lembrar que aquela ofensa mais pertence a quem te fez, do que a você mesmo.

“Recebi as palavras dele não como ataques, mas como presentes de outro ser humano que estava disposto a compartilhar comigo sua alma e suas profundas vulnerabilidades.”

Marshall Rosenberg

Marshall Rosenberg, criador da Comunicação Não Violenta, nos ensina a reformular a maneira pela qual nos expressamos e escutamos os outros. A ver as críticas, insultos e ofensas não como tais, mas como necessidades não atendidas da pessoa que as emite.Isso requer uma grande dose de empatia.

Assista o vídeo a seguir, onde Marshall discorre sobre as expressão de necessidades humanas (Ative as legendas em português):

Mas segue aqui uma importante ressalva sobre oferecer sua empatia a quem te ofende.

A capacidade de entender e sentir nossas próprias emoções é crítica para o entendimento e a empatia com as emoções dos outros. Sintonizarmo-nos com como estamos nos sentindo desempenha um papel central em como sentimos e entendemos o que qualquer outra pessoa está sentindo.4

É impossível dar algo a alguém se nós próprios não o temos. Precisamos de empatia para podermos dar empatia.6

A sociedade, o mundo, os bilhões de habitantes do planeta, nunca se encontrarão em um completo e permanente estado de paz. Em uma sociedade, as conquistas acontecem em meio a retrocessos. Mas isso não significa que deixamos de progredir. O mundo real nunca estará ‘resolvido’, e mesmo assim, temos que procurar viver da melhor maneira possível nele.

Enquanto são realizadas iniciativas de promoção de igualdade e contenção de todas as formas violência, podemos nos fortalecer e nos proteger das ofensas, para que estejamos aptos a contribuir para um mundo melhor.

 

Referências

  1. Turkle, Sherry. Reclaiming Conversation: the power of talk in a digital age. New York: Penguin Books, 2015.
  2. Marinoff, Lou. Pergunte a Platão – 6ª ed. – Rio de Janeiro: Record, 2008.
  3. Palmo, Jetsnunma Tenzin. No coração da vida: sabedoria e compaixão para o cotidiano. Rio de Janeiro: Lúcida Letra, 2014.
  4. Goleman, Daniel. O cérebro e a inteligência emocional: novas perspectivas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
  5. Chaui, Marilena. Convite à filosofia. 13ª. São Paulo: Ática, 2003.
  6. Rosenberg, Marshall B. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionai. São Paulo: Ágora, 2006.