Para melhorar seu relacionamento, comece por aqui…
É muito comum que o relacionamento mais difícil que você tenha, seja com uma das pessoas mais próximas a você.
Pais, mães, filhos, irmãos, maridos, esposas, parentes próximos, colegas de trabalho…
Lidar com esses relacionamentos, quando são difíceis, são desafios dos quais não podemos fugir. Meu pai sempre diz que não pode existir ‘ex-pai, ex-mãe, ex-irmão’. E que quando pode ser ex (ex-marido ou ex-esposa), é ex para sempre.
Por mais difíceis que sejam, esses relacionamentos são também oportunidades únicas de aprendizado e evolução.
Quando o relacionamento com uma pessoa que você ama não vai bem, pode ter certeza que a comunicação entre vocês não vai bem.
Portanto se você quer mesmo melhorar um relacionamento, é preciso antes de qualquer coisa, melhorar a comunicação entre vocês.
Quando pensamos no ato de “conversar”, muitos de nós remetemos à ação de falar. Mas lembre-se disso: tudo começa no escutar.
Eu já sei ouvir! Isso não é o suficiente?
“Ouvir é a capacidade biológica que possuem algumas espécies vivas de ser engatilhadas por perturbações ambientais de tal forma que provocam o domínio sensorial chamado som.” – Rafael Echeverria
Ouvir é perceber sons. Estamos ouvindo todos os sons o tempo todo. Carros, latidos, máquinas, vozes, pássaros.
Um sinal bem evidente de que você está só ouvindo (e não escutando) a outra pessoa falar, é quando não está com o olhar direcionado para ela, e a responde com um indiferente “Aham”.
Mais que ouvir, é preciso ESCUTAR!
“Quando escutamos, geramos um mundo interpretativo. O ato de escutar sempre implica compreensão e, portanto, interpretação. O fator interpretativo é de tal importância no fenômeno de escutar que é possível escutar ainda quando não há sons. Efetivamente podemos escutar os silêncios. Também escutamos os gestos, as posturas do corpo e os movimentos, na medida em que sejamos capazes de atribuir-lhes sentido.” – Rafael Echeverria
Escutar faz parte do domínio da linguagem. Escutar é interpretar, entender, compreender. O deficiente auditivo tem capacidade de ouvir reduzida, mas a de escutar preservada.
Pode ser que você já tenha visto esta frase em algum lugar: “A maior distância entre duas pessoas é o mal entendido”. É incrível como estamos distantes das pessoas mais próximas a nós. Mas como bem entender a outra pessoa, se não a escutamos?
O princípio da escuta
“É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina.”
Rubem Alves
Escutar é uma questão de escolha!
Em uma conversa, você pode escolher ser submisso aos seus impulsos, pelas suas vontades imediatas, pela sua natureza dominante de auto defesa.
Ou você pode escolher ser o mestre do seu próprio comportamento.
Optar pela escuta é uma escolha consciente.
Assim como todas as outras escolhas que fazemos para sermos pessoas melhores todos os dias.
Sobre escolhas, não perca a oportunidade de assistir este vídeo:
Dicas essenciais para escutar mais:
O que você vai encontrar aqui:
- Comprometa-se hoje consigo mesmo de escutar as pessoas que você ama, como se fosse a primeira vez.
- Esteja aberto para aprendizados e mudanças
- Tente escutar as necessidades por trás do que a outra pessoa está dizendo
- Esteja presente mentalmente
- Inspire… Expire…
- Pergunte mais, afirme menos
- Lembre-se que essa pessoa que está na sua frente é a pessoa mais importante do mundo
Vamos lá!
Comprometa-se hoje consigo mesmo de escutar as pessoas que você ama, como se fosse a primeira vez.
A intenção te levará à ação, mesmo que não seja fácil, nem rápido ou indolor.
O comprometimento consigo mesmo irá te ajudar a superar as dificuldades que surgirão no caminho.
Quando você escolher escutar, lembre-se que o foco não é você. Não são as suas opiniões, os seus sentimentos, as suas experiências.
Agora é a vez de quem fala. Você terá sua oportunidade.
“Seja a mudança que você quer ver no mundo.”
Mahatma Gandhi
Esteja aberto para aprendizados e mudanças
“A coisa mais importante que aqui se pode aprender é o caminho para além de si mesmo, vencendo as sutilezas da vaidade e de perto escutar profundamente o que a existência do outro tem a ensinar.””
Will Goya
É a parte mais difícil, abandonar nosso orgulho, nossas certezas. Mas se você entrar numa conversa convicto de que já tem todas as respostas, a conversa se faz desnecessária. Dê espaço para novos conceitos, novas informações, e para desconstruir outros. Você não precisa abandonar os seus julgamentos, apenas pedir um tempo para eles.
“Eu já sei o que ele vai dizer”
“Ele sempre se comporta assim”
“Não adianta”
Na conversa, quando esses pensamentos vierem, ou mesmo quando forem falados, se conscientize que estes são seus julgamentos, seus pré-conceitos, apenas seus. E que o apego a eles engessam o processo da conversa, impedindo o avanço.
Lembre-se do seu passado. Como você era, os erros que você já cometeu. Os rótulos do passado não definem quem você é hoje. Você mudou!
Então não se prenda aos rótulos que você colocou nos outros também.
Dê liberdade, para se sentir livre também!
“Eu quero dizer agora o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante”Raul Seixas
Tente escutar as necessidades por trás do que a outra pessoa está dizendo
Marshall Rosenberg, criador da comunicação não violenta nos apresentou uma nova forma de escutar: não identificando as críticas no que outro diz sobre você, e sim necessidades dela não atendidas.
“Quando uma outra pessoa te faz sofrer, é porque ela própria está sofrendo no fundo do seu ser, e este sofrimento transborda. Ela não precisa de punição; precisa de ajuda. Essa é a mensagem que ela está enviando.”
Thich Nhat Hanh
Quando uma pessoa diz uma acusação, antes de reagir, veja o que pode haver por trás disso. Necessidade de ser escutada? De que suas opiniões sejam consideradas?
Como ela deve estar se sentindo por isso? Triste? Solitária?
O objetivo não é acertar a resposta. Mas sim que a pessoa perceba que você está tentando se colocar no lugar dela para compreendê-la. Isso é escutar com empatia.
É importante lembrar aqui que para dar escuta, é preciso se escutar.
Quando você se perceber em um momento ruim, tente identificar que emoção você está sentindo.
Pode ter certeza que por trás dela tem uma necessidade sua não atendida. Você está precisando de segurança? De descanso? De confiança? De compreensão?
A lista de necessidades humanas do livro de Marshall Rosenberg pode ajudar nos primeiros passos, Clique Aqui para baixar!
Esteja presente mentalmente
Solte o celular, esqueça as pessoas em volta, desligue a televisão. Agora você está escutando.
“O momento presente é tudo o que temos. Todo o resto é passado, já foi. Nosso futuro ainda não chegou. A única coisa que está acontecendo é o momento presente, tão rápido que já quase o perdemos antes mesmo de ele chegar.”
Jetsunma Tenzin Palmo
É impossível ser multitarefa durante uma conversa significativa.
Só estaremos escutando se estivermos totalmente presentes no momento, com atenção focada na pessoa que fala, no que ela diz, nas reações corporais, no reconhecimento das emoções envolvidas, nos seus próprios pensamentos, no tom de voz.
Para possibilitar a presença mental quando você estiver com as pessoas que você ama, veja essas dicas:
– Organize sua rotina, tenha uma lista simples de tarefas do dia, procure evitar levar serviço para ser feito em casa, nos momentos únicos que você tem com a sua família.
– Faça as mudanças necessárias na sua rotina para que você possa estar presente mentalmente onde quer que você esteja.
– Pratique a presença mental em outras atividades além das conversas. Você pode dirigir, cozinhar, comer, fazer sua higiene pessoal de forma completamente atenta. Deixando os pensamentos com o passado e o futuro passarem como se fossem nuvens. As mesmas ações serão vivenciadas de uma nova e surpreendente forma.
Inspire… Expire…
A respiração curta e insuficiente nos leva a estados de ansiedade e estresse. Por isso, quando você se pegar interrompendo a fala do outro, ou com os pensamentos pesados repletos de julgamentos, respire. E então volte a consciência para a escuta.
Respirar de forma lenta e profunda é um mecanismo que notifica o seu organismo que está tudo bem. Que ele não precisa se preocupar. É uma forma poderosa de mudar padrões de comportamento.
Você terá a sua chance de falar. E ela será muito melhor aproveitada após escutar tudo que a outra pessoa tem a dizer.
Assista este vídeo! É rápido e essencial. (Ative as legendas em Português!)
Pergunte mais, afirme menos
Mesmo que você tenha certeza que já saiba a resposta certa, pergunte, explore. Garanto que novas respostas interessantes virão. Respostas que podem dar um rumo diferente para as suas conversas.
– Nos conflitos, troque as acusações por perguntas:
“Você não se importa comigo” por “Por que você não ligou para mim?”
“Você é preguiçoso, não me ajuda em casa.” por “Por que você não lavou a sua louça?”
“Pare de ser chorão” por “Por que você está chorando?”
Você vai ver que escutando o outro, tendo curiosidade para entender por que a pessoa pensa e age daquela forma, perguntando em vez de trazer suas respostas prontas, o rumo das suas conversas vai ser totalmente diferente.
– Backtracking
É uma ferramenta simples e valiosa da PNL (Programação Neurolinguística). Você pode aplicar o Backtracking se atentando ao tom de voz, à linguagem corporal e as palavras chave que a outra pessoa utiliza, e através de perguntas, reafirmar ou confirmar os pontos colocados por ela.
Você pode começar com “Deixa eu ver se eu entendi…” e parafraseia o que ela disse, nunca se esquecendo da empatia.
A outra pessoa perceberá que você está mesmo a acompanhando. Você vai ser para ela alguém mais confiável, mais agradável de ter ao lado para conversar.
Lembre-se que essa pessoa que está na sua frente é a pessoa mais importante do mundo
Imagine que a pessoa com quem você está conversando é a Rainha Elisabeth, o Nelson Mandela, o Dalai Lama. Se uma dessas pessoas estivesse na sua frente, só você e ela, você não desviaria o olhar por nada nesse mundo.
Mostre que você está escutando:
Com o seu olhar. Evite desviar o olhar para as pessoas que passam atrás, para a televisão, para o celular.
Com a sua postura. O tronco levemente inclinado para frente demonstra que você está interessado na pessoa que está com você. Assim como a cabeça em posição neutra ou inclinada para o lado.
Com o seu posicionamento. Prefira estar ao lado da pessoa com quem você está conversando, ou em 90º. Isso evita a ideia de enfrentamento.
Com a fala. Confirme que você está entendendo, “aham”, “nossa!”, “sério?”, assim a pessoa tem certeza que você está envolvido.
São dicas importantes, mas mostrar que você está escutando é uma preocupação desnecessária se você REALMENTE estiver prestando atenção na pessoa! Não mostre estar escutando se isso não for verdadeiro, lembre-se do primeiro passo: ter a intenção de escutar.
Sobre a escuta para melhorar seu relacionamento, é importante lembrar…
Que não existe a forma certa e a forma errada de conversar. Mas sim, a forma que aproxima e a forma que distancia as pessoas de nós.
A melhoria da qualidade das conversas aumenta muito as chances de pessoas conseguirem manter um relacionamento, uma amizade, uma sociedade.
Mas o objetivo de conversas mais humanas não deve ficar limitado a manter os relacionamentos unidos a qualquer custo. E sim à manutenção ou recuperação da integridade e da legitimidade de cada indivíduo.
Você também acredita que melhores conversas podem melhorar os relacionamentos?
Então compartilhe este artigo com o máximo de pessoas possível!
Assim você estará contribuindo com a construção de seres humanos se reconhecendo como humanos, e consequentemente, de uma sociedade que seja capaz de conversar e viver em paz.
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