Como navegar em conversas difíceis

4 passos definitivos para facilitar conversas difíceis a partir de agora

Já se encontrou enrolando ao máximo para evitar uma daquelas conversas difíceis?

Logo vem aquela sensação de angústia que faz o coração palpitar e as mãos ficarem suadas. Pode ser uma conversa de namorados ou mais formal entre você e um chefe, por exemplo. Ou até mesmo uma conversa em grupo, entre amigos.

Certamente você já passou por uma situação como essa. Por mais intima que seja a nossa relação com a outra pessoa alguns assuntos podem trazer uma sensação assustadora.

Mas algumas vezes não tem jeito, seja por iniciativa sua ou da outra pessoa, possivelmente com o temido “precisamos conversar”, o assunto surge e você se vê obrigado a encarar.

E agora, o que fazer?

Se você deseja ter uma conversa difícil e ainda está com receio acompanhe esse texto para descobrir como é possível tornar uma conversa difícil numa conversa produtiva. Ou talvez o menos desconfortável possível.

Realmente existem muitos assuntos que merecem uma boa avaliação antes de serem abordados, quanto mais delicado for, mais cuidado devemos tomar para que o resultado seja positivo para todos.

Sob a ótica da Comunicação Não Violenta algo muito importante a se manter em mente em qualquer relacionamento e, portanto, em qualquer conversa é a empatia. Que pode ser entendido em partes como a nossa capacidade de realmente enxergar o outro e ver o mundo pelos seus olhos. Nossa habilidade de escutar e permitir-se ser mudado.

Esse “músculo” da empatia é algo que precisa ser exercitado e estar presente para que não só tenhamos a capacidade de navegar conversas difíceis, mas todas as conversas com mais clareza e tranquilidade. Essa aptidão resulta em uma leveza num nível além do nosso pessoal, mas também sistêmico na nossa comunidade.

Todas as pessoas têm dúvidas, angústias, medos e uma forma pessoal e peculiar de olhar o mundo. Levando isso em consideração e com a ajuda de uma boa comunicação conseguiremos nos expressar de forma mais saudável, alcançar melhor nossos objetivos e ainda contribuir para um mundo mais leve.

Acompanhe a seguir algumas dicas para te ajudar a abordar assuntos delicados com mais tranquilidade possível.

saiba o que sente e busca com a conversa

Toda comunicação tem um objetivo e com conversas difíceis não é diferente. Essa clareza tem que se fazer presente antes e durante a conversa, porque se você não sabe o que quer transmitir existe uma chance bem grande de a conversa não levar a lugar algum, só servir para causar mais desconforto e atrito.

Então respire fundo e tente se lembrar do porquê você está buscando essa conversa, o que você quer transmitir? O que você busca alcançar com ela?

E mais importante ainda é entender o que está por trás da sua intenção. Discutir sobre o quão irritante é o fato do seu colega usar de novo suas coisas e deixar tudo largado é possivelmente uma conversa sobre respeito e consideração. Lembre-se disso ao trazer o tópico à tona.

Atitude

Esse ponto serve para todos os tipos de conversas, mas se torna mais importante ainda nas que são mais desafiadoras. Acabamos de estabelecer o objetivo buscado na conversa, mas é importante manter a atitude mental flexível.

Permita-se escutar, avaliar e reagir ao que surge no momento presente, mantendo a cabeça aberta para enxergar pequenas vitórias que podem passar despercebidas se estivermos com os olhos focados apenas no que queremos falar.

Ajuste a efetividade da conversa, colocando a intenção de que não importa o que aconteça algo de bom sempre pode sair de uma troca onde estamos dispostos a buscar verdadeiramente o melhor caminho.

Abrir-se para a possibilidade que o interlocutor possa ter algo realmente importante a adicionar ou que ele tem uma opção melhor do que a que você tinha em mente no início é muito útil para o crescimento pessoal e traz leveza as relações.

Então aqui temos tanto uma atitude positiva quanto uma de flexibilidade, de quem está disposto a mudar para alcançar a melhor opção para todos.

Fale de você

Uma parte importante é falar sobre a sua perspectiva, o que você está sentindo. Fale em primeira pessoa, trazendo seus sentimentos e suas percepções sobre o assunto. Por exemplo, ao invés de dizer “você me deixa com raiva” tente dizer “eu sinto raiva”.

Duas coisas muito boas podem surgir disso, a primeira é que você passa a respeitar o limite do que é seu e o que é do próximo. Estamos falando de algo que você está vivenciando, então é importante firmar isso tanto para você quanto para o interlocutor.

E a segunda é que pessoas se conectam com o que elas identificam nelas mesmas. Então ao trazer um sentimento logo de cara existe uma chance maior de acessarmos a empatia no outro.

Raiva é um sentimento comum, assim como tristeza, angústia, felicidade. Ao dizer que está sentindo isso você se aproxima do outro, porque ele vai reconhecer a sensação que você está vivendo. Isso coloca os dois mais como parceiros do que como oponentes e aumenta bastante a chance de resultados positivos para a conversa.

Preze por todos os envolvidos

Esse ponto tem grande conexão com os anteriores, ao considerar todos os envolvidos na conversa não só trazemos a flexibilidade na conversa, mas também achamos novamente um ponto em comum que pode ser a chave para a efetividade da discussão.

Essa clareza dos sentimentos e princípios por trás do que está sendo falado serve como guia para nortear e manter a conversa num caminho produtivo. Então tão importante quanto a análise do que está por trás do que nós estamos trazendo é buscar entender o que está por trás do que os outros estão expressando.

Pode parecer que seu chefe só briga cobrando os relatórios diariamente porque ele é chato e não sabe o quanto isso te estressa, mas analisando profundamente talvez isso seja uma busca por segurança. Para ele os relatórios trazem os dados necessários para tomar decisões assertivas que tragam melhores resultados e que façam ele se sentir mais seguro.

É muito mais fácil se conectar com o medo que alguém pode sentir de tomar decisões erradas ou que acarretem perdas. Todos querem tomar decisões seguras e lembrar desse princípio compartilhado vai com certeza aproximar os participantes da conversa.

Nesse sentido muito provavelmente os outros participantes ou seu interlocutor precisem de ajuda, porque raramente as pessoas costumam tirar o tempo para analisar isso dentro delas mesmas.

Parte do seu trabalho para conseguir navegar essa conversa mais difícil pode ser exatamente trazer luz a esses pontos tão importantes e que podem ser a grande diferença para ter uma boa conversa.

Então é isso, agora que você já sabe como tornar qualquer troca mais produtiva e evitar tensões extras, respire fundo, dê uma boa olhada para seus motivos, positive as atitudes e boa sorte com a sua conversa!

Reinaldo Duarte da Silva
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